Grande vitória da direita, Fux acaba de tomar decisão de libera… Ler mais
O julgamento seguia o ritmo previsível: longas sustentações da acusação, advogados tentando defender o indefensável, e ministros confirmando a linha dura adotada pelo Supremo. A expectativa era de que mais uma vez a unanimidade prevaleceria. Mas não foi o que aconteceu.
Quando chegou sua vez, Luiz Fux decidiu trilhar um caminho próprio. Em seu voto, levantou dúvidas sobre a competência do STF para julgar alguns pontos do processo. Questionou se todos os acusados poderiam, de fato, ser enquadrados nos mesmos crimes de forma generalizada. E, principalmente, ressaltou que as provas apresentadas contra dois réus não sustentavam acusações de golpe de Estado ou organização criminosa armada.

De repente, um silêncio tomou conta do plenário. Dois acusados, que já se viam condenados, ouviram a palavra que parecia impossível: “absolvidos”.
O impacto foi imediato. Para alguns, o gesto de Fux foi apenas rigor técnico: um ministro cumprindo a lei ao pé da letra. Para outros, foi um risco perigoso: uma brecha que poderia ser usada como precedente para aliviar penas em casos ainda mais graves.
Mas a dúvida mais incômoda permanece: se dois foram absolvidos, quantos outros poderiam se beneficiar dessa mesma interpretação? E, sobretudo, o que motivou Fux a se afastar da maioria em um momento tão delicado?